São Luís Maria Grignion de Montfort, no “Tratado da Verdadeira Devoção à
Santíssima Virgem”, nos apresenta o serviço de amor que a Virgem Maria,
como a melhor de todas as mães, presta aos seus fiéis consagrados,
seus escravos de amor. Ela os ama porque estes a amam (cf. Pr 8,
17); ela os ama porque é sua verdadeira Mãe, que ama seus filhos, fruto
das suas entranhas; ela os ama por gratidão, pois estes a amam na
prática, como sua boa Mãe; ela os ama porque, sendo predestinados, Deus
também os ama: “Amei Jacó e odiei Esaú” (Rm 9, 13); Nossa Senhora os ama
porque estes se consagraram inteiramente a ela e se tornaram sua
herança: “Recebe Israel por tua herança“ (Eclo 24, 13).
A Virgem Maria ama ternamente os seus consagrados, com mais ternura que
todas as mães juntas. Esse amor terno de nossa Senhora pelos seus servos
é exemplificado por São Luís da seguinte forma: “Juntai, se puderdes,
num só coração de mãe e para com um único filho, todo o amor natural que
as mães do mundo inteiro têm pelos seus filhos: certamente essa mãe
amará muito esse filho. No entanto, verdade é que Maria ama ainda mais
ternamente Seus filhos do que aquela mãe amaria o seu” (TVD 202).
Nossa Senhora ama seus escravos de amor com eficácia, com atos concretos
e não apenas com afeto. O seu amor por eles é ativo e efetivo, como o
de Rebeca por Jacó. Ela observa os momentos favoráveis para fazer o bem
aos seus consagrados, para os engrandecer e enriquecer. “Ela vê
claramente em Deus os bens e os males, os bons e os maus sucessos, as
bençãos e as maldições divinas” (TVD 203). Por isso, Maria resolve de
longe todas as coisas, para livrar os seus servos de todos os males, e
para lhes dar todos os bens.
A Virgem Maria ama os seus fiéis consagrados, por isso os favorece com
bons conselhos, como Rebeca a Jacó (cf. Gn 27, 8). Como Rebeca, a Virgem
Santíssima os inspira a lhe entregar dois cabritos, ou seja, o corpo e a
alma, consagrando-os a Ela, para que prepare um banquete agradável a
Deus. Ela também os aconselha a fazer tudo o que seu Filho Jesus Cristo
ensinou com suas palavras e exemplos. “Se não é diretamente que lhes dá
estes conselhos, dá-lhos pelo ministério dos anjos, cuja maior honra e
prazer é obedecer a alguma das suas ordens para baixar à Terra e vir em
socorro de algum dos servidores d’Ela” (TVD 204).
Os consagrados a Virgem Maria são chamados a corresponder ao seu amor
materno, com fidelidade à sua consagração. Os fiéis servos, escravos de
amor de Nossa Senhora, devem cada vez mais comprometer-se com a oração e
com as obras. Pois, não basta amarmos a Virgem Santíssima com o amor
afetivo. Somos chamados a amar também com amor efetivo, como aprendemos
de nossa boa Mãe, no serviço da construção do Reino de Deus.
Da Redação
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